Evento será nesta quarta-feira (29), no auditório da unidade Tapajós da Ufopa, em Santarém.
Será nesta quarta-feira (29) a audiência pública que o Ministério Público Federal (MPF) vai promover para que sejam debatidas e encaminhadas medidas para garantir a prestação, ampliação e qualidade do serviço público de saúde aos indÃgenas do Baixo Tapajós, Arapiuns e Planalto Santareno, em Belterra e Santarém, no oeste do Pará.
O evento começa a partir das 8h e será realizado no auditório do campus Tapajós da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém. O endereço é rua Vera Paz, sem número, bairro Salé.
O público-alvo da audiência pública é o movimento indÃgena, organizações e entidades dos povos originários, a sociedade civil de Santarém e Belterra com interesse na pauta, universitários e demais pessoas interessadas no debate.
Também foram convidadas a comparecer à audiência pública as seguintes instituições: Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), Ministério Público do Trabalho (MPT), Defensoria Pública da União (DPU), Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE), Secretaria de Saúde IndÃgena (Sesai), Distrito Sanitário Especial IndÃgena (Dsei) Guamá-Tocantins, Casa de Saúde IndÃgena (Casai) de Santarém, Polo Base de Santarém, Ouvidoria-Geral do Sistema Único de Saúde (OuvSUS/Ministério da Saúde), Ufopa, e Universidade do Estado do Pará (Uepa) e Conselho Local de Saúde IndÃgena (CLSI).
Urgência da discussão
Ao longo dos últimos anos o MPF tem recebido denúncias sobre a insuficiência da prestação do serviço público de saúde aos indÃgenas do Baixo Tapajós, nos âmbitos municipal, estadual e federal.
Entre as investigações abertas sobre o tema, a Procuradoria da República em Santarém atua em inquérito civil que apura possÃveis falhas, como falta de equipes médicas para atender à atual população indÃgena, embarcações inadequadas e sem manutenção ou substituição, ausência de pontos fixos de atendimento médico nas aldeias e insuficiência de aeronaves para resgates aéreos.
Por meio do inquérito também são investigadas denúncias sobre precariedade estrutural das sedes da Casai e do Polo Base e inércia na apuração de faltas funcionais de servidores.
Em inspeções que o MPF realizou no Polo Base e na Casai de Santarém em março deste ano, foi constatada falta de estrutura para os profissionais e pacientes, com ausência de salas para procedimentos básicos da enfermagem, como sutura e curativo, e necessidade de reforma, estruturação e ampliação do alojamento e das salas disponÃveis.
Histórico
Após vinte anos de luta, os 13 povos do Baixo Tapajós (Borari, Munduruku, Munduruku Cara Preta, Jaraqui, Arapyun, Tupinambá, Tupaiú, Tapajó, Tapuia, Arara Vermelha, Apiaká, Maytapu e Kumaruara) só conseguiram atendimento pela Sesai após ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal em 2015, quando o órgão de saúde indÃgena foi obrigado a estender o atendimento à s 13 etnias prejudicadas.
Atualmente, segundo o Censo 2022, somente Santarém concentra a maior população indÃgena do Oeste do Pará, com 16.955 indÃgenas.
Regras da audiência pública
O regulamento e a agenda da audiência pública serão apresentados, com detalhes, na semana do evento, já com a indicação dos convidados e participantes inscritos que farão uso do tempo de exposição. O Conselho IndÃgena Tapajós e Arapiuns (Cita), entidade representante dos povos indÃgenas da região, estará entre os participantes do evento, que será realizado sob coordenação do procurador da República VÃtor Vieira Alves.
As demais regras sobre o tempo de exposição serão apresentadas na abertura dos trabalhos. As pessoas que tiverem interesse em fazer exposição devem inscrever-se por meio do sistema eletrônico de protocolo do MPF, na internet, ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., até esta terça (28) véspera do evento, e no local da audiência, até o inÃcio dos trabalhos, podendo ser limitado o número de expositores a critério da coordenação.
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