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Ao todo, foram realizadas 792 entrevistas com profissionais de saúde e 111 oficinas com a população LGBT nas 23 estações eleitas para participarem da pesquisa


Por Tamires Marinho

Com objetivo de redigir o relatório final das atividades realizadas nas 23 estações da pesquisa “Análise do acesso e da qualidade da atenção integral à saúde da população LGBT no SUS”, a coordenação nacional do estudo se reuniu, nos dias 4 e 5 de dezembro, em Brasília, com os pesquisadores responsáveis pelo andamento dos trabalhos nas referidas estações. Na oportunidade, a equipe pode discutir e avaliar os resultados gerados até aqui e alinhar o cronograma de atividades geral de acordo com o fluxo de cada região.

Estiveram presentes no encontro, os pesquisadores Murilo Moscheta, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Ana Brito, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Rackynely Soares, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Flávia Teixeira, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Paulo Roberto Dias, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a coordenação nacional da pesquisa, representada na ocasião por Ana Valéria Machado Mendonça e Edu Turte-Cavadinha, as técnicas do Ministério da Saúde, Marina Marinho, Samantha Lemos, Jéssica Rodrigues e Ana Paula Martins, e as pesquisadoras do Observatório da Política Nacional de Saúde Integral LGBT, Raelma Paz Silva, Letícia Lima e Eliane Brito.

Na ocasião, os pesquisadores puderam apresentar os primeiros dados de suas estações proporcionando um panorama geral do trabalho que foi executado até agora.

Ao todo, foram realizadas 792 entrevistas com profissionais de saúde e 111 oficinas com a população LGBT. Os pesquisadores ressaltaram também o desafio que é realizar uma pesquisa desse porte, abarcando todas essas dimensões e superando os mais diversos obstáculos que surgem ao longo do processo, principalmente na atuação em campo, que vão desde o contexto social e político de cada município à receptividade dos profissionais de saúde para participarem da pesquisa.

De acordo com Edu Turte-Cavadinha, a pesquisa será uma importante ferramenta para nortear as ações dos gestores e profissionais de saúde no que diz respeito ao atendimento à população LGBT no sistema público de saúde. "Acredito que os resultados da pesquisa vem em um momento oportuno para refletirmos ações de saúde para atravessarmos as barreiras de acesso vivenciadas diariamente por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Também é importante pensar as especificidades de cada segmento deste grupo e a necessidade dos profissionais de saúde e gestores em ter compromisso com a política de saúde pensada para esta população.

A PESQUISA

Iniciada no ano de 2015, a pesquisa “Análise do acesso e da qualidade da atenção integral à saúde da população LGBT no SUS” prevê o mapeamento, identificação e compreensão das dimensões do acesso dos participantes da pesquisa aos serviços de atenção à saúde, bem como sua qualidade, na perspectiva desses usuários, profissionais e gestores. O objetivo é que, posteriormente, tais dimensões sejam comparadas às ações preconizadas pela Política Nacional de Saúde Integral para População LGBT. 

A pesquisa é coordenada pelo Núcleo de Estudos em Saúde Pública do Centro de Estudos Avançados e Multidisciplinares da Universidade de Brasília (NESP/CEAM/UnB), em parceria com a FIOCRUZ/PE, as Universidades Federais da Paraíba, Piauí, Uberlândia, e as Universidades Estaduais de Maringá, Rio de Janeiro e Universidade de São Paulo. O trabalho é financiado pelo Departamento de Apoio à Gestão Estratégica e Participativa (DAGEP) da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP) do Ministério da Saúde (MS).

A pesquisa irá revelar, entre outros resultados, as principais demandas da população LGBT, enquanto usuária do sistema público de saúde; como está o nível de capacitação dos profissionais de saúde para atender a população LGBT; de que modo a Política Nacional de Saúde Integral para a População LGBT vem sendo implantada nos municípios, na perspectiva dos profissionais de saúde, e apresentará ainda, que tipo de atendimento as pessoas LGBT gostariam de receber no SUS.

Os resultados devem ser apresentados para a sociedade, gestores, representantes dos Comitês Nacional e Estaduais da política LGBT e, Conselhos de Saúde, para que esses atores articulem um conjunto de ações e programas que deverão ser praticadas em todas as esferas de gestão do SUS.

 
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